26 de set. de 2013

Filme: Mama (Resenha)

Hoje falarei de um filme que foi lançado ainda esse ano, chamado Mama. Alguém aqui já assistiu? 
        

  Vi alguém falando desse filme na Internet, que o filme era ruim e que não vale pagar o ingresso no cinema para assisti-lo. Considerando que eu até gostei do trailer, com uma pulga atrás da orelha resolvi assistir para ver se o filme era mesmo tão ruim assim.

  O filme começa logo com um “once upon a time”, aquele Era Uma Vez dos contos de fadas, sabe? Nada muito belo e cor de rosa como estamos tão acostumados a ver nas histórias de princesas. O cenário do filme é bem macabro, escuro, só um pouco assustador e é claro que tem aquele toque de suspense no ar, - bem típico dos filmes de terror. 


  A história toda é focada em duas meninas que foram largadas pelo próprio pai, (que por sinal, é Nikolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones) De uma maneira estranha, ele leva as crianças numa casinha abandonada no meio da floresta para matá-las. Essa cena é bem cruel até que uma entidade indefinida o impede de fazer isso. O pai das meninas desaparece como num estalo de dedos, e assim, as crianças ficam na cabana escura no meio da floresta entregues ao próprio destino.


  Os anos se passaram e o irmão do pai das garotas, Lucas, resolve tentar procurar as sobrinhas. Ele as encontra e decide assumir a responsabilidade de educa-las. As meninas voltaram estranhas, cavernosas, tinham costumes de animais e por onde andavam algo se arrastava atrás delas: uma entidade que elas a chamavam carinhosamente de Mama. Mama é “mãe” das garotas e não admite que ninguém se aproxime delas. 


  O problema é que de agora em diante as meninas serão cuidadas e educadas por Lucas e Annabel, e confesso que a partir desse momento comecei a achar engraçado a “atuação” de Mama no enredo. Ela tem ciúmes das meninas, porque “cuidou” delas durante 5 anos naquela casinha no meio da floresta. Inclusive, tem uma cena bem cômica da menina mais velha dizendo para Annabel parar de se aproximar tanto assim dela e da sua irmãzinha, porque Mama não iria gostar. Achei meio tonto mas ok. 

  A partir daí cenas bem clichês que já estamos acostumados a ver nos filmes de terror também acontecem, levando-nos a torcer um pouco o nariz.
Coisas nada originais acontecem. Sem contar no fantasma, que chega a ser mais engraçado do que assustador com o seu visual bem tosco - de longe parece uma mendiga magrela e de perto parece um defunto que ainda está em decomposição. Veja aqui

  O final é tão idiota que cheguei a dar risada. Esse filme de terror foi o único que me deixou com dó do monstrinho, pois colocaram sentimentalismo no final! Converteram sutilmente o horror para um tom meio dramático de “amor de mãe”. Poxa, mais um filme de terror que me decepciona. O final poderia ter sido um pouquinho melhor, já que o filme foi tão repetitivo.

            



  E é isso, comprovei o comentário negativo que fizeram do filme. Realmente não vale muito a pena assistir. Pra quem nunca ou raramente assiste filmes de terror até que Mama dá medo, mas para quem já assiste esses filmes há anos, tudo que se têm produzido atualmente não passa de café requentado.

20 de set. de 2013

Livro: Sob A Redoma (Resenha)




Sei que Stephen King é luxo para as histórias de terror. Pura grife!

Esse cara é considerado "o mestre". E eu concordo.

Como a maioria das pessoas (e é uma pena dizer isso) o conheci através das muitas adaptações para o cinema feito dos seus mais preciosos e famosos livros. E confesso que ele é o grande culpado pelo meu medo de palhaços. uahsua

Todas as resenhas que li deram nota máxima e juraram que o livro é ótimo, um dos únicos dele sem terror, sem clichês (coisa que eu odeio) e de uma originalidade nota 10, apesar de algumas pessoas desinformadas falarem que Sob A Redoma é cópia daquele filme chato dos Simpsons.

Falando da estrutura do livro: A capa é linda. O título brasileiro é fiel e original ao título americano Under The Dome. O livro tem quase 1000 páginas e é super pesado. A diagramação é boa e as páginas são meio amareladas. Não existe nenhuma ilustração quando a história começa a ser contada, porque bem no comecinho do livro (nas primeiras páginas) o autor sugere um mapa da cidade para os desencaminhados de plantão – eu mesma , e uma lista enorme de personagens principais e não-tão-principais-assim para os avoados de plantão – eu também. 

Nesse livro, nós iremos conhecer Chester’s Mill, uma cidade muito pequena e pacata no Maine. Logo no começo, uma redoma surge do nada deixando a cidade isolada do restante do mundo. A partir daí, quem está dentro da redoma não sai mais, quem está fora não entra, e quem está logo abaixo da redoma no momento que ela cai é cortado ao meio. 

Interessante pensar que a grande questão do livro não é a redoma, mas sim o que acontece sob ela. O título está corretíssimo, e talvez por essa ideia de “Redoma”, somos condicionados a pensar nos feitos sobrenaturais que podem acontecer no decorrer da estória. Não! A Redoma cai e ela fica ali, parada. Nada sobrenatural depois disso. O enredo não fala sobre a redoma que cai misteriosamente, nem sobre o que acontece no clima da cidade e sim o que acontece debaixo dela, cujo foco são as reações humanas na hora do sufoco. O que vemos é a realidade e a consequência que a queda da redoma fará na cidade e na população de Chester’s Mill. 

O que dá o mérito do livro é a profundidade dos personagens. A maioria são donos de personalidades únicas. O autor os expõe muito bem. Não importa se o tal personagem vai morrer na próxima página, essa morte precisa ter fundamento. Logo no começo, o autor deixa claro quem são os bonzinhos e quem são os vilões. Nada de sutileza.

 A história é focada em três grupos: A “turminha” vilã de Big Jim Rennie, os amigos de Joe Espantalho e a turma a favor de Barbie (Dale Bárbara), o mocinho da história.

Falando um pouco dos personagens: Big Jim Rennie é um vilão que dá gosto de ver. Aquele de tirar o chapéu. Você não sabe se o ama ou odeia por ser tão desgraçado. O cara é o segundo vereador da cidade, um fanático religioso e que usa a religião como desculpa para manipular a população, ou melhor dizendo, os seus “fiéis”.  Ele é louco, sociopata, tem fome de poder e é capaz até de matar para conseguir o que quer. Até os policias, (aqueles a quem deveríamos confiar) são pau mandados de Big Jim, e eles fazem atrocidades por conta própria, usam da autoridade pra se aproveitar das pessoas.

Ele tem um filho, Junior, que segue os passos do pai. Não vale um tostão furado também. Junior, é um doente lunático meio psicopata, abandona a faculdade e logo se intromete em brigas com Barbie. Sem medo de errar digo que as passagens dele no livro são muito cômicas. Na verdade, a história toda tem um ar meio cômico que alivia bastante as cenas mais pesadas, porque sem querer assustar quem ainda não leu: o livro tem muito sangue, muita morte e assassinato.

Barbie, um cozinheiro e aposentado soldado do exercito. Julia Shumway, uma jornalista muito carismática e dona do único jornal da cidade. Rusty Everett, que trabalha como auxiliar no hospital, e a sua esposa policial chama-se Linda. Esse é o lado bonzinho da história. Seria novidade dizer que é o lado que mais sofre na história? Acho que não, né? Tem o Duke, chefe de polícia. Andrea Grinnell – que apesar de ser a terceira vereadora da cidade, não se opõe contra Big Jim porque ela é totalmente viciada em drogas. Tem o Andy Sanders, o primeiro vereador da cidade, que é tão inteligente quanto a marmota que é cortada ao meio quando a redoma cai. Andy Sanders foi o que mais me irritou durante quase toda a história.


O que eu mais gostei foram os adolescentes. Sem duvida nenhuma eles foram os melhores. Toda a parte de aventura no livro para descobrir o que é a tal redoma, qual o motivo e o porquê, é feita por eles, e nós nos aventuramos juntos. Vamos descobrindo aos poucos, com Joe e Norrie e Benny Drake, pistas sobre o que pode ser essa coisa que deixou todo mundo na cidade assustado. Não são aqueles adolescente chatos como na maioria dos livros adolescentes são.

Falando um pouco do final: Desde o começo da história as minhas expectativas estavam nas alturas, e no fim ele deixa algumas pontas soltas e conclui a história de um jeito meio “Sério? É isso?” Os embates que o autor tanto insistiu desde o começo não acontecem, e eu fiquei com um “vazio” porque a tão esperada “que a justiça seja feita” não aconteceu. Não só a explicação da redoma como o destino de alguns personagens. Senti que o final não foi bem "finalizado". Contudo, deve ser o estilo do autor deixar perguntas sem respostas.

Gostei muito do jeito que o autor escreve e divide a história. Ele dá varias frentes narrativas no começo, que são meio desligadas *por enquanto*, mas que depois tudo vai se encaixando. A história é dividida em partes e dentro de cada parte tem breves capítulos. Apesar de o livro ser enorme, a narrativa é tão boa que não conseguimos parar de ler. O ritmo é muito acelerado. Eu não sei se Stephen King é assim nos outros livros, mas sempre que eu terminava uma parte do livro sentia que tinha que ler mais, porque ele sempre deixava um “buraco” e uma pista pro próximo capítulo ou parte, os tais "mini-spoilers". No final a leitura se torna mais acelerada do que já é. Você não quer nem dormir e comer, esse livro te rouba de você mesmo. Sob A Redoma realmente se move com tanta rapidez que deixa o leitor quase paralisado.

Outra coisa que eu achei GENIAL: King narra o fato mais importante da história por uma marmota. Gente, uma *marmota*. E não apenas isso, a história, às vezes, é narrada pela percepção de um cachorro. Nunca vi isso! O autor conseguiu conquistar o leitor fazendo um animal narrar uma parte da história pela própria visão. Completamente fora do comum.

Ah, a leitura é muito pesada. Se torcer sai sangue. Mortes, assassinatos, suicídios, estupros e até necrofilia. Isso mesmo, necrofilia. Dá pra imaginar agora o quanto esse livro é pesado²? A linguagem do livro é bem fácil e tem muito palavrão, que aliás isso não é uma crítica, se a editora Suma de Letras tivesse cortado os palavrões nada teria graça. O que deu mais realidade nas cenas foram os palavrões. Não consigo imaginar Junior e seu amigos não falando palavrão. (Mesmo eu não gostando de palavrões, nesse livro, foi necessário) 

A história no geral é muito boa. O autor pega um fato e vai passando por todos os (muitos) personagens e no final volta para o fator inicial. É como se ele fizesse uma varredura. Os personagens são literalmente "varridos" e depois disso o autor volta com o resto (com o que sobra) para a premissa básica da história que é a tal Redoma. Falaram que não era terror, mas é sim: um terror psicológico. Originalidade nota 100000000! Narrativa espetacular. O autor se preocupa até com detalhes médicos, jornalísticos e policiais.

Fizeram uma série que ainda está na primeira temporada, e pra quem leu o livro não vai ficar muito satisfeito com tanta diferença. Mas parece que o próprio autor quis assim: ok.

Devo ter me delongado muito na resenha, mas.. um livro de quase mil páginas e com uma história espetacular recheada de detalhes, não há como explicar tudo isso em apenas 4 estrofes. 

Por fim, é isso! Até a próxima. (:



 renata massa