Boa noite pessoal!! Antes de começar gostaria de avisa-los que isso não é uma resenha, é sobre uma experiência engraçada que tive com o livro. E aproveito a deixa pra falar que estou terminando a leitura de um novo livro [nova resenha por aí], e como eu não quero deixar o blog desatualizado, resolvi escrever sobre a primeira coisa que viesse à minha cabeça.
Os dias foram se passando e percebi que eu era a única da sala que estava lendo. Não liguei. A cada novo capítulo que eu avançava, novos assuntos surgiam na minha rodinha de amigas. Enquanto elas falavam da experiência de ter aceito o primeiro pedido de namoro e de ter beijado tal fulaninho na pracinha atrás da escola, eu só sabia falar de Liesel Meminger e sobre seus livros roubados. Falava também do Führer e da Alemanha Nazista. Mesmo sabendo que elas não estavam prestando atenção em mim e muito menos na história do livro, eu desatinava a falar. Todas iam embora e lá ficava eu, com as minhas muitas ideias na cabeça sobre o que poderia acontecer no próximo capítulo do livro.
Até que chegou o dia de fazermos a prova, e lembro que a professora pediu para que levantasse a mão aquele que havia terminado a leitura. Eu levantei a mão primeiro, depois mais três alunas. A professora sabia que se aplicasse a prova todos iriam mal, exceto nós quatro. Em virtude disso, não fizemos nenhuma prova e ainda nos foi passado um trabalho para entregar no mesmo dia, trabalho esse que não tinha nada a ver com o livro.
Achei isso injusto. Eu havia lido e me sentia mais do que nunca apta para realizar a prova. Dediquei duas semanas da minha vida naquele livro e eu precisava provar para a Profº que eu realmente li. Para se ter uma ideia do quanto isso era importante para mim, gostei tanto do livro que o levava para todo lugar. No postinho de saúde, na padaria e no mercado, sempre com ele dentro da bolsa.
Cheguei em casa bufando de raiva, minha mãe achou estranho e perguntou o que estava acontecendo, disse tim-tim por tim-tim e ainda supliquei à ela que fosse conversar com a tal professora. Minha mãe foi na escola no dia seguinte, conversou com a fulana e pediu que aplicasse a prova para mim antes que as férias escolares começassem. Foi tanta a insistência da minha mãe, que a professora de Português aceitou fazer uma prova com 10 perguntas no máximo, para que eu fizesse o quanto antes.
Na semana seguinte, lá estava eu, sozinha numa sala com 40 carteiras vazias fazendo uma prova, que diga-se de passagem, foi feita especialmente para mim (rsrs). Na verdade, a escola estava praticamente vazia porque já era finalzinho do ano. Só estavam alguns professores, coordenadores, faxineiras e uma aluna nerd (eu).
Pois bem, a prova tinha realmente 10 questões e todas muito fáceis. Acabei tirando a nota máxima. Eu me recordo que a professora corrigiu na mesma hora, pegou sua bolsa e foi curtir as férias. Toda vez que lembro disso é impossível evitar algumas risadas silenciosas, rs.
Enfim, dois anos se passaram desde a primeira vez que li "A menina que roubava livros". Parece mentira, mas eu me recordo de cada detalhe da história como se eu tivesse lido ontem. Eu tinha 14 ou 15 anos, se não me falha a memória, e digo sem titubear: foi um dos melhores livos que já li.